O enoturismo é hoje um dos principais atrativos do Circuito das Frutas. Entre parreirais centenários e adegas familiares que atravessam gerações, a região consolidou roteiros da uva e do vinho que misturam paisagem rural, herança imigrante e gastronomia. Não se trata apenas de visitar vinhedos: é uma experiência construída em torno da cultura da uva, desde a colheita direto do pé até a mesa do produtor, passando pela degustação de vinhos artesanais, sucos, licores e conservas caseiras. Em áreas onde a imigração italiana fincou raízes no final do século XIX, as antigas propriedades agrícolas se abriram ao visitante e transformaram a rotina do campo em atração turística. É comum entrar em uma adega pequena, conduzida pela mesma família há décadas, provar vinhos feitos de variedades tradicionais da região e, logo depois, sentar para um almoço típico, com massa fresca e embutidos.


Alguns roteiros já nasceram formais, com sinalização, mapa e identidade própria, e hoje funcionam como porta de entrada para quem quer conhecer essa tradição. Outros percorrem estradas vicinais e bairros rurais, conectando parreirais, alambiques, empórios de produtos artesanais e festas sazonais ligadas à uva e ao vinho. Em todos eles, a lógica é parecida: o visitante pode participar do processo, aprender como a fruta é cultivada, entender como o vinho local é produzido e levar para casa algo que não saiu de uma grande escala industrial, mas de um território específico. Os espaços, cercados pela natureza, oferecem uma experiência completa, unindo o prazer da boa mesa à tranquilidade do ambiente rural.
Esses percursos contam também uma história econômica. A viticultura, que um dia impulsionou a ocupação e a identidade dessas cidades, hoje ajuda a sustentar pequenos produtores, mantém vivas técnicas tradicionais e ancora um turismo de fim de semana que movimenta restaurantes, acolhimento rural e comércio direto. Mais que bebida, o vinho aqui é memória engarrafada.


