Esta paróquia é a Catedral da Diocese de Bragança Paulista.
História da Paróquia
A primeira atividade paroquial ocorreu em 17 de fevereiro de 1765, data reconhecida como o Dia da Instalação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Jaguary. Naquele dia, o vigário Pe. Hyeronimo de Camargo Bueno batizou Maria, filha de João Pais Domingues e de Leonor Pedroza. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, entronizada por d. Ignácia na capela primitiva, esteve em trono próprio na Matriz até o final do ano de 1899.
Em 1900, no paroquiato do Cônego Francisco Claro de Assis, foi entronizada a imagem atual, ofertada pela paroquiana d. Libânia Cintra Valle. A imagem primitiva – relíquia preciosa do século 18 – por estima e apreço –, é guardada na Casa da Diocese. A primeira capela, construída em 1763, provavelmente foi ampliada quando elevada a Matriz da nova freguesia (se é que não foi demolida) e no local foi construído um novo templo, mais amplo. Estas são meras hipóteses, pois, até o ano de 1837, nenhuma crônica faz referência ao templo.
No ano de 1837, a Matriz se achava em obras e até 1911 passou por diversas reformas. Em meados do século 19, a Matriz apresentava uma arquitetura colonial brasileira; tendo à sua direita uma torre-campanário, construída em 1858. Em 19 de março de 1915, tinha início a última reforma da velha Matriz. A torre-campanário e a fachada foram demolidas, surgindo uma nova fachada. No centro, uma torre-campanário de 75 metros, apoiada em quatro colunas de granito, encimada pela estátua da Padroeira da cidade. A reconstrução da igreja ficou concluída em 1927, quando a Matriz de Bragança fora elevada a Catedral.
Diocese de Bragança
Naquele ano, instalou-se a Diocese de Bragança do Brasil, criada em 1924 pelo Papa Pio XI. A ameaça de ruína foi causada por ação da natureza quando, em 1960, um raio atingiu o lado direito da torre abrindo uma fenda do alto até o chão e em direção à ala do Batistério, pondo em perigo a solidez do prédio. Na manhã ensolarada de 28 de janeiro de 1965, precisamente às 9 horas, os três sinos da igreja tangeram pela última vez, anunciando aos bragantinos que a partir daquele instante se iniciava a demolição da Catedral.
Demolida a tradicional Matriz-Catedral, único monumento histórico existente – que era querido de todas as gerações –, em julho de 1966 teve início a campanha dos bragantinos para levantar a Nova Catedral de Bragança Paulista. Em toda a sua trajetória histórica, nunca viu um movimento tão grande para a rápida construção da nova Catedral: Campanha do cimento para o Trono de Nossa Senhora, campanha do cimento domiciliar pró-cobertura, campanha do piso, dos bancos, para a pintura das paredes e muitas outras.
Decoração da Catedral
Presbitério
É forrado todo em cobre, com estampas de seres viventes dos três reinos: animal, vegetal e mineral, representados pelas figuras bíblicas da pomba, da rosa e do peixe. Autor da obra: João Fort.
Cristo Crucificado
Imagem talhada em mogno escuro, datada de 1/11/1974 obra de Roncon, escultor taubateano e doada pelas paroquianas do Clube das Abelhinhas; iniciativa de d. Alzira Ferreira Quilicci. Com a benção de Dom José Lafaiete Ferreira Alvares, Bispo diocesano, a imponente imagem foi colocada na grande cruz de cimento, especialmente construída e existente no presbitério. Há dois anos a imagem foi retirada do local e substituída pela do Cristo Crucificado que pertenceu à antiga Catedral (essa imagem com a imagem de N. Sra. das Dores formavam, na gruta da Paixão, a cena do Calvário e ficava sobre o túmulo com a imagem do Cristo Morto). Atualmente, a imagem talhada em mogno, tendo a madeira toda ressecada, apresenta algumas rachaduras. Está em sala junto à cripta, aguardando restauro.
Nossa Senhora da Conceição do Jaguary
Padroeira de Bragança. Imagem datada de 1898, talhada em madeira por Marino de Marino. Imagem doada pela paroquiana Libânia Cintra no paroquiato do Pe. Francisco Claro de Assis, foi entronizada na Matriz quando da virada do século XIX para o século XX.
São José
Padroeiro da Igreja: Imagem datada de 1914. É do paroquiato do Côn. José Carlos de Aguirre.
Senhor dos Passos, Nossa Senhora das Dores e Nosso Senhor Morto
imagens esculpidas pelo mestre prof. José Fernando Caldas, vieram de Portugal (1918) e foram encomendadas por Antonio Lopes Cardoso, Provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento. A imagem de Nosso Senhor Morto está na capela da Cripta.
Via Sacra
Mural de 180 m2, constituído de quinze afrescos representando cenas da Paixão de Cristo e pintado por Sebastião Justino de Faria, artisticamente chamado Mestre Justino da Redenção. A obra, pintada em 1968, no período da ditadura militar, é polêmica, pois os personagens da via sacra são tipicamente brasileiros, em vez de soldados romanos: policiais militares, paisagens que lembram as montanhas ao redor de Bragança Paulista, casas em estilo colonial e cavalos amarrados à porta de botequim. Para os católicos tradicionalistas de Bragança, foi demais. A inventiva do pintor – mestre Justino de Redenção – colocou o Cristo no pretório de Pilatos, não com figuras clássicas de soldados romanos, mais dois PMs, dando assim o toque de atualidade à imagem do prisioneiro indefeso.
Os painéis elaborados no auge da ditadura militar caracterizam-se pelas pinceladas longas do artista, que retrata nos carrascos de Jesus Cristo a truculência da época em que vivia o nosso País. Esses murais são de muita beleza. Cenas pintadas com cores vivas uma ao lado da outra e totalmente compatíveis com a arquitetura da Catedral. Para a cena de Verônica enxugando o rosto de Jesus, a paroquiana Glória Cresci serviu de molde para o artista. Os murais existentes em nossa Catedral são muito valiosos, do ponto de vista artístico. Sebastião Justino de Faria é muito conhecido no mundo das artes. Seu nome e obras estão divulgados no Suu Art Magazine Catálogo Internacional de Artes, nº 22, edição 2010.
Vitral da Capela do Santíssimo
Obra do prof. Cláudio Pastro, artista plástico brasileiro formado em Liturgia e renomado em Artes Sacras. O vitral tem as dimensões 4,80 x 4,80 cm. Nas laterais temos dois anjos flamejantes que simbolizam a santidade do lugar. As figuras são inspiradas nos anjos que guardam as portas do Paraíso. Outras figuras existem. No alto há a inscrição Santo! Santo! Santo! Lembra, do mesmo modo que os anjos, a santidade de Deus e da sua presença. Prof. Cláudio Pastro é o responsável pelas pinturas do Santuário Nacional de N. Sra. Aparecida, em Aparecida- SP e é considerado o Michelangelo brasileiro.
Sacrário da Capela do Santíssimo
Artística peça, em metal dourado. Foi doado na década de 1970 pelo Movimento de Cursilho de Cristandade.
Cruz no topo da Torre
Feita de ferro, mede 4,85 m por 2,50 m com braços iluminados por lâmpadas fluorescente na cor verde. Sinal luminoso a testemunhar a fé que anima os bragantinos.
Campanário
De formato triangular, contém no seu patamar três janelas que culminam na torre de 75 m, onde estão instalados três sinos. O acesso ao campanário é por uma estreita escada em caracol com uma centena de degraus.