A religiosidade sempre foi um dos pilares da identidade cultural do Circuito das Frutas. Desde os tempos coloniais, as igrejas surgiram como centros de convivência e organização social, onde se reuniam moradores, imigrantes e viajantes. A fé, muitas vezes trazida nas malas dos primeiros colonizadores, foi preservada e se expressa até hoje em templos, festas e procissões que marcam o calendário da região.
Os municípios guardam verdadeiras joias da arquitetura religiosa. Em Atibaia, a Igreja Matriz de São João Batista, do século XVII, é uma das mais antigas do estado e referência do barroco paulista. Em Jundiaí, a Catedral Nossa Senhora do Desterro, inaugurada em 1661, domina a paisagem central com sua imponência e valor histórico.


Além das igrejas, a religiosidade se manifesta em romarias e festas tradicionais. Em Valinhos, a Festa de São Sebastião é uma das mais antigas, misturando devoção e celebração comunitária. Em Vinhedo, a Festa de Sant’Ana reúne fiéis em missas e procissões. Em Jarinu e Morungaba, as quermesses de paróquias movimentam a vida cultural, unindo fé e gastronomia típica.
A influência da imigração italiana é especialmente forte. Muitas famílias mantêm capelas em propriedades rurais, erguidas como forma de agradecer pela fertilidade da terra e pela prosperidade das colheitas. Essas pequenas construções são testemunhos silenciosos da fé que acompanhou os primeiros imigrantes.
Nos últimos anos, a diversidade religiosa também ganhou espaço, refletindo o pluralismo da sociedade. Igrejas evangélicas, centros espíritas e templos de matrizes africanas convivem com o catolicismo tradicional, mostrando como a região acolhe diferentes formas de espiritualidade.
Todas as fotos deste post são de Márcio Masulino


